Não tem como esquecer a primeira Maratona!
A primeira Maratona é como aquela propaganda de quase 30 anos atrás do garotinho espiando pela janela uma menina se olhando no espelho usando a primeira Valisére, A GENTE NUNCA ESQUECE !!
Máquina de correr ou de pensar ?
É impressionante como os pensamentos se misturavam durante todo o percurso, ora remetidos ao passado da minha infância em Taiwan e depois no Brasil, ora eram os bônus e ônus do trabalho, ora eram os filhos, a familia e os amigos, mas quase sempre as estratégias em como finalizar bem a prova e no tempo desejado.
Momentos de emoções
Em 2 momentos me emocionei muito, no quilômetro 15 ao ver um atleta correr até a torcida para abraçar e beijar a esposa e no quilometro 32 chorei por agradecer a Deus de estar lá com saúde e vencendo as dificuldades, neste momento em especial a gente também lembra muito da esposa e dos pais, o quanto meu pai e minha mãe (que já está ao lado Dele) se orgulhariam de mim mesmo que pudessem achar que é prejudicial correr tanto.
O desejo, o sonho e a realização
No ínicio dos treinos em Julho desejei finalizar abaixo de 4’30”, mas passei a sonhar em menos de 4h no último mês de treino, porém não foi possível realizá-lo.
Será que foi falta de treino ou erro de estratégia ? Corri os primeiros 10K em 1 hora (média de 6’ X 1K), com sobra de fôlego e nenhuma dor, então arrisquei “encaixar” a velocidade para finalizar a prova em 3’55” e mantive os próximos 26 Km na média de 5’22”/Km quando começaram as dores.
Os ajustes de velocidade eram necessários durante o percurso, mas nos últimos 6 quilometros já eram ineficientes pois a musculatura das pernas não respondia aos estimulos cerebrais. Morte cerebral ? Não ! Era mesmo a fadiga muscular, nem a terceira cápusla de Advil engolida às mordidas (achando que faria efeito mais rápido e eficiente) amenizou as dores, ao menos me desviou a atenção para o problema de queimação deixada na boca e garganta pela minha burrice, bem que a Gisele tinha me avisado em não morder a cápsula.
A partir dos 36Km acho que a história já é conhecida, o declínio era total e a média de 5’22” foi substituida por 5’58”, nestes últimos 6 Km eu parei 4 vezes e em todos postos de água e Gatorade para alongar. Finalizei a prova em 4’01”28 !
O treino foi fundamental para o conforto e a recuperação após a prova, na tarde de domingo e na segunda feira ainda tive disposição em “bater” pernas para as compras, não posso esquecer também do santo “Advil”, sachês de sal e hidratações (fiz todas no percurso).
Hoje posso me orgulhar em afirmar com todas letras, fiz uma Maratona ! Mas e quanto as próximas ? Não sei ainda, mas na viagem já discutimos sobre algumas possibilidades.
Agradecimentos
Agradeço ao meu treinador José Luis Marques que pacientemente me orientou e dirigiu os treinos, ao Cristian e Domingos que foram ótimas companhias na viagem. Quero dedicar a prova a meus pais que mesmo com dificuldades de idioma e financeira conseguiram me formar, meus filhos pelos carinhos dos sorrisos, amigos inseparáveis e principalmente a minha amada esposa Patrícia que durante alguns meses teve que aguentar meus treinos, mais que isso, foram 17 anos de união, muito amor, carinho e companheirismo, aniversário feito no dia antes da Maratona, dia 9 de Outubro.
O que deixou a desejarA infraestrutura de apoio estava perfeita mas a dispersão e a medalha deixaram a desejar, vide foto abaixo da medalhinha.
Um grande beijo a todos Loucorredores que me inspiraram nesta experiência e parabéns àqueles que já tiveram o gostinho de finalizar os 42.195 metros pois não é uma prova fácil, sem mencionar a dedicação total aos treinos. Parabéns a você Cristian pela persistência e 7ª Maratona, e você Domingos por voar em 3’14” !